sábado, 14 de julho de 2012

Escola que protege - DESENVOLVIMENTO SOCIO-EMOCIONAL: FUNDAMENTO NA EDUCAÇÃO PARA A PRIMEIRA INFANCIA

 

DESENVOLVIMENTO SOCIO-EMOCIONAL:  FUNDAMENTO NA EDUCAÇÃO  PARA  A PRIMEIRA INFANCIA
   Jenny A. Ortiz M.
           
Tópicos que serão trabalhados
        Desenvolvimento precoce discussão ambiente vs. natureza
        Modelo bioecológico de Bronfenbrenner no estudo do desenvolvimento precoce
        Relações afetivas e cuidadores subsidiarios
        Qualidade do cuidado e sensibilidade
        Qualidade das relações professor(a)–criança

Desenvolvimento precoce discussão Ambiente versus Natureza
        Video Jane Goodall - http://www.youtube.com/watch?v=Zgt5y92dvCw&feature=youtu.be
        Diferenças e semelhanças entre espécies
        Importância da natureza
        Importância do ambiente

Modelo bio-ecológico de Bronfenbrenner no estudo do
desenvolvimento precoce
        Video Song Song e a pequena gatinha
        Diferenças e semelhanças entre contextos
        Importância do ambiente

Relações afetivas e cuidadores subsidiários
        Efeito potencializador das competências dos contextos
        Nos ambientes pobres, com relações proximais e inadequadas s(adultos cuidadores não responsivos às necessidades das crianças, abusivos o negligentes), as características individuais para um desenvolvimento não adaptativo são potencializadas e aumentam as disfunções no desenvolvimento.  
        Nos ambientes pobres os processos proximais positivos exercem maior impacto
        Implicações para a intervenção
Bronfenbrenner & Ceci, 1994

Regulação emocional
Os problemas de comportamento social na infância e o desajuste emocional precoce estão associados com alto estresse familiar, conflitos conjugais, variáveis ​​parentais inadequadas e antecedentes de maus tratos na infância dos pais que são passados ​​de uma geração para outra.
Ballesteros & Cortez, 2000

Como preparar crianças e pais para o pré-escolar e o ensino formal, especialmente em populações que vivem na pobreza ou em condições de vulnerabilidade?
Uma porção de crianças na educação pré-escolar apresentam sinais de desajuste emocional.
                                                  
                                                                                            
    Ajuste emocional da criança                           Problemas emocionais:
    Ajuste comportamental da criança                  Dificuldade de atenção
                                                                                    Seguir instruções
                                                                                    Boas relações com outras                      
                                                                                    crianças
                                                                                    Controlar emoções negativas                                               
                                                                                    como raiva e tristeza
Regulação emocional
        Relações nos contextos:
        Risco acumulado
        Estressores psicossociais
        Dificuldades na adaptação e desenvolvimento
(Dodge, Petit & Bates, 1994; Brooks-Gunn, Duncan & Aber, (1997)
Os professores relatam que a capacidade das crianças para exercer o autocontrole, é um dos fatores mais importantes para uma transição fácil para a escolarização formal.
Rimm-Kaufman, Pianta, & Cox, 2000 citados por Ford et al., 2009

Qualidade do cuidado e sensibilidade
Os ambientes de cuidado diferentes ao familiar poderiam ser protetores para as crianças que crescem nos contextos de pobreza ou de risco, ao prover oportunidades e experiências facilitadoras do desenvolvimento na primeira infância.
Dearing et al., 2009 citados por Votruba-Dzral, et al., 2010


Três processos sequenciais da regulação emocional nas crianças
1)     Processo de regulação fisiológica (Kopp, 2001)

         Surgimento gradual dos sistemas biofisiológicos: sistemas digestão, sono e excitação em crianças. Primeiros meses de vida.
        Neste processo desempenha um papel fundamental o contexto de desenvolvimento. Ambientes caóticos, formas inadequadas de cuidado dos pais ou dos cuidadores primários afeta o regulamento emocional.
2) Processo de coregulação da emoção (Kopp, 2001)
        Modular a intensidade das respostas emocionais como raiva, medo, prazer, tristeza e outras emoções. Segundo e terceiro ano de vida
        Depende das respostas facilitadoras do cuidador.
        Da forma como as crianças aprendem suas primeiras formas de regulação emocional
        Aprender a compreender suas próprias emoções e as dos outros, falar sobre elas, guiados pelos cuidadores
3) Processo de autoregulação (Kopp, 2001)
        Capacidade para atender aos padrões familiares e escolares cotidianos
        Capacidade de adiar a gratificação de certos comportamentos
        Para a realização eficaz da autoregulação é preciso de um vínculo emocional entre mãe/pai ou cuidadores iniciais e criança


Autoregulação
ASPECTOS COGNITIVOS
 * Atenção:
Capacidade de manter a atenção numa atividade dirigida por objetivos.
* Controle Inibitório:
Resistir à interferência de fontes externas e internas que competem.
ASPECTOS AFETIVOS
        Capacidade de gerenciar e modular a intensidade das emoções positivas e negativas de forma eficaz em situações que são motivacionalmente significativas.
             Ford et al., 2009
Habilidades das crianças para regular as emoções
Estilo de comportamento pró-social
        Envolver-se em conversas sociais
        Jogo cooperativo
        Compartilhar
        Emocionalidade positiva
condutas pró-social

Estilo de comportamento anti-social
        Bater e lutar com outras crianças
        Impulsividade
        Oposição, desafiante
        Baixa aceitação pelos colegas e professores
        Menor feedback positivo em instruções e tarefas


Função protetora da autoregulação

As crianças que são capazes de controlar efetivamente as suas emoções e comportamentos, apesar de ser exposto a  múltiplas situações de estresse social, tem bom desempenho acadêmico em comparação com seus pares.
Brody, Flor, & Gibson, 1999, Raver & Zigler, 1997 citados por Raver, 2002


Quais seriam as intervenções mais adequadas para promover habilidades sociais e emocionais em crianças no ensino primário, especialmente no contexto de adversidade psicossocial?
Focos dos programas de intervenção

Desenvolvimento Cognitivo-Acadêmico ou habilidades emocional? 
Ford, McDougall & Evans, 2009

Competências relacionadas com o desempenho escolar precoce pré-escrita, pré-leitura e desenvolvimento da linguagem baseadas nas relações interpessoais e autoregulação.
Ladd, Brich & SABU, 1999; Pianta &Stuhlmna, 2004

A oportunidade da escola
        Integrar na educação inicial, estratégias de aprendizagem social-emocional, que sejam sistemáticas, regulares e contínuos
        Que seja prática diária em sala de aula e um dos pilares da educação na primeira infância
Lecannelier et al., 2010

        Programas de desenvolvimento social e emocional na sala de aula; programas destinados a formação de professores em competências sócio-emocionais; para os pais para desenvolver competências parentais
        Promover nos professores o cuidado sensível em suas interações diárias com crianças
        Intervenções preventivas
Raver, 2001

        Programas universais de desenvolvimento sócio-emocional na sala de aula
        Ter como foco todas as crianças, independentes de sua condição socioeconômica, a gravidade dos problemas emocionais ou de níveis de risco
        Algumas crianças necessitam de atendimento psicológico e um tratamento mais especializado dado os seus problemas emocionais, sociais ou específicos da família

Referências
Ballesteros, B., & Cortés, O. (2000). Relación entre la calidad de vida escolar y el ajuste psicológico en alumnos de clase baja, Bogotá, Colombia. Revista Suma Psicológica, 7, 139-166.
Bronfenbrenner, U., & Ceci, S. J. (1994). Nature-Nurture Reconceptualized in Developmental Perspective: A Bioecological Model. Psychological Review, 4, 568-586.
Brooks-Gunn, J., Duncan, G. & Aber, J. L. (1997). Neighborhood poverty: Context and consequences for children. New York: Russell Sage.
De Antoni, C., & Koller, S. H. (2000). A visão de família entre as adolescentes que sofreram violência intrafamiliar. Estudos de Psicologia, 5(2), 347-381.
Dogde, K. A., Pettit, G. & Bates, J. E. (1994). Socialization mediator of the relations between socioeconomic status and child conduct problems. Child Development, 65, 649-660.
Ford, R. M., McDougall, S. J. P. & Evans, D. (2009). Parent-delivered compensatory education for children at risk of educational failure: Improving the academic and self-regulatory skills of a Sure Start preschool sample. British Journal of Psychology, 100, 773-797.
Kopp, C. B. (2001). School readiness and regulatory processes. Social Policy Report, 3, 3-20.
Ladd, G.W., Birch, S. H.,  & Buhs, E. S. (1999). Children’s social and scholastic lives in kindergarten: Related spheres of influences? Child Development, 70, 1373-1400.
Lecannelier Acevedo, F., Flores Ocaranza, F., Hoffmann Soto, M., & Vega Barría, T. (2010). Trayectorias tempranas de la agresión: evidencias y propuesta de un modelo preventivo. En David Sirlopú y Horacio Salgado Editores. Infancia y adolescencia en riesgo: Desafíos y Aportes de la Psicología en Chile. Santiago de Chile: Universidad del Desarrollo.
Pianta, R.C., & Stuhlman, M. W. (2004). Teacher-child relationships and children’s success in the first years of school. School Psychology Review, 33, 444-458.
Votruba-Dzral, E., Levine Coley, R., Maldonado-Carreno, C., Li-Grining, C., & Chase-Lansdale, P. L. (2010). Child care and the Development of behavior problems among economically disadvantaged children in middle childhood. Child Development, 81, 1460-1474.

j_a_ortiz@yahoo.com

           



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